Reading para escrever, listening para falar
- Mônica Sanoli
- 30 de abr.
- 4 min de leitura
Aprenda a usar reading e listening de forma estratégica nos seus estudos de inglês.
Se você já estuda inglês há algum tempo, você sabe que ler e ouvir são relativamente mais fáceis do que escrever e falar. Isso não acontece por acaso! Reading e listening são habilidades receptivas, ou seja, em ambas você recebe informação. Já writing e speaking são habilidades produtivas, nas quais você produz informação. Faz sentido, não faz? Agora, você consegue pensar em alguma área da vida em que precisa produzir sem antes receber? Em outras palavras, performar usando um conhecimento que ainda não adquiriu? É complicado, né?
Por isso, as habilidades receptivas são essenciais para as produtivas acontecerem; quanto melhor você ler e ouvir, melhor vai escrever e falar. As informações que você receber formarão a base das ferramentas linguísticas que você vai desenvolver ao longo do seu processo de estudo. Lembrando que a palavra-chave aqui é processo, ou seja, leva tempo.

Mas só receber informação não é suficiente, você precisa trabalhar em cima daquilo que recebe. Por isso que só assistir uma série em inglês e ler um post ou outro em inglês não dão os resultados que você procura. Sem interpretação, o conteúdo que você recebe entra de um lado e sai pelo outro, causando pouco ou nenhum efeito. E interpretar algo, seja um texto, áudio ou vídeo, é uma habilidade que você adquire e melhora com o tempo, e também consegue aplicar em qualquer idioma.
Quer escrever melhor em inglês? Quer falar inglês melhor? Desenvolva sua interpretação de texto – em português também!
Não tem outro caminho: se você quer melhorar sua produção no inglês (ou qualquer outro idioma), se você quer se expressar de maneira clara e com confiança, comece com a interpretação. E se isso for muito novo ou difícil para você, comece no seu próprio idioma.
Como passar do consumo passivo ao consumo ativo de informação?
Comece com a escolha do material, procure ler/ouvir conteúdos que te interessem e tenham começo, meio e fim. Por exemplo, trabalhar com um gibi ou conto é melhor do que trabalhar com uma legenda no Instagram. Um podcast é melhor do que uma música.
Antes de ler/ouvir, preste atenção aos títulos e, se for o caso, às imagens presentes. O que esses elementos parecem indicar? Baseando-se neles, o que você espera ler/ouvir? A mídia também pode ser importante. O tom que um gibi da Turma da Mônica sugere é diferente do que você espera de um podcast de true crime, por exemplo.
Comece a ler/ouvir. O texto condiz com o que você esperava? Algo te surpreendeu? Por quê?
Faça-se perguntas enquanto lê/ouve esse conteúdo. Continue jogando esse jogo de expectativas de acordo com o que o material te dá. Procure fazer pausas para registrar suas observações em um papel. Por exemplo, sempre que algo te surpreender, pare a anote. Anote também perguntas ou palpites que você tenha sobre o desenrolar ou até mesmo final do texto.
Grife ou anote todo o vocabulário que você não conhece. Escolha as três palavras que te parecem as mais importantes dentro de um parágrafo ou frase longa e procure a tradução delas em um bom dicionário. Eu recomendo o Cambrige. Se você já se sente mais confiante, procure pela definição em inglês antes da tradução. Depois de verificar essas três palavras, tente interpretar o parágrafo novamente. Se ainda houver dúvidas, escolha mais três palavras e repita o processo quantas vezes forem necessárias.
Grave todas as palavras e expressões novas que você aprender em aplicativos de memorização, como o Anki ou o Quizlet. Exercite o vocabulário novo com esses aplicativos, pelo menos três vezes por semana.
Após processar todo o vocabulário, volte ao início e leia/ouça novamente. Sua compreensão mudou? Por quê? O que mudou?
Se você gostou do que leu/ouviu, procure por outros textos sobre o mesmo assunto, ou assuntos relacionados. Repita todo o processo com os novos textos e tente estabelecer conexões entre eles.
Procure sempre tirar algo de novo de qualquer conteúdo que consumir, nem que seja só uma palavra nova, ou um jeito diferente de dizer algo.
Deu para perceber que é um processo longo, certo? Não é algo que você faz rapidinho, nem algo para ser feito uma vez e depois nunca mais. A consistência aqui é extremamente importante. Infelizmente, não tem pílula mágica: se você quer se comunicar com clareza e ter um domínio maior sobre o idioma, não adianta pular esse trabalho.

Cultive seu arcabouço linguístico sem nem saber o que é isso!
Quanto mais conteúdo você trabalha, processa, interpreta, mais acostumada você fica com os padrões do idioma, e aqui eu estou falando de estrutura mesmo, de gramática. De tanto ser apresentada a determinadas estruturas, você passa a considerá-las normais, você passa a esperar e procurar por elas. Se você já estuda inglês há algum tempo, você sabe que a estrutura padrão de uma frase é sujeito + verbo + objeto, igual ao português. E você também sabe que, em inglês, o adjetivo vem antes do substantivo, ao contrário do português. Construções como I have been there before e I went there last year são (ou se tornarão) normais ao seu ouvido, talvez você até saiba a diferença entre elas. E tudo bem se ainda não souber, porque a compreensão vem com tempo, estudo e comprometimento. Sem consistência não dá para esperar milagres.
Exercícios de interpretação de texto e áudio
Futuramente, vou editar este post com exercícios de interpretação gratuitos, então acompanhe o blog e favorite esta página para não perder. De qualquer maneira, se você gosta de estudar sozinha, siga o passo a passo acima, que não tem erro.
Bons estudos!
Comments