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Foto do escritorMônica Sanoli

Eu conheci a casa do Stephen King em Bangor

Foi o melhor dia da minha vida!

A rua é cheia de casonas, todas muito bonitas e bem cuidadas, mas a dele é a única separada da calçada por uma grade. Entre a calçada e a rua, aliás, um detalhe que o guia do tour jura ser coincidência: a grama não cresce. Ele estaciona em frente à mansão e explica de onde surgiu a escultura feita no que sobrou de um tronco de árvore que precisou ser cortado, na lateral esquerda da casa, para quem a olha de frente. O Tiago se dobra sobre mim para filmar as folhas que caem das árvores no que é um dia perfeito de outono. Finalmente, o guia abre a porta da van.



Nossos colegas de passeio improvisam uma fila para tirar a icônica foto na frente dos portões, mas eu não me junto a eles. Ainda não. Uma frase ecoa dentro da minha cabeça, eu não acredito que estou aqui, e eu ando de um canto a outro da calçada, tentando gravar na memória cada pedacinho daquele lugar. Tudo ao meu redor some - inclusive o Tiago, que segue registrando tudo, - e eu me lembro do começo da minha adolescência, de abrir um livro e me apaixonar por aquela escrita, de procurar o escritor na internet (talvez ainda tenha sido pelo Yahoo) e achar uma foto dele com cara de louco na frente desta casa. E aqui estou eu, finalmente.


A casa do Stephen King em Bangor


Derry

Há mais de duas décadas, o Stephen King faz parte da minha vida, influencia minha história e até marca meu corpo. O dia que nós passamos em Bangor foi a realização de um sonho que eu tive por quase dois terços dessa vida, e hoje, quase um mês depois da viagem, eu ainda me pego sorrindo feito boba, revendo as fotos. Estar lá é estar em Derry; é viver dentro dos cenários de It, Saco de Ossos, Needful Things, Pet Sematary e tantos outros livros. Dormimos há poucos metros da casa onde ele morou por tantos anos, andamos pelas ruas onde ele também andou, sentamos no banco em que ele costumava se sentar para escrever, jantamos no Oriental Jade e entramos na sala onde filmaram as cenas do It Chapter Two! Para ser mais perfeito, só se o próprio estivesse por lá, levando a Molly para passear.



SK Tours of Maine

O tour que nós fizemos é o SK Tours of Maine. É um negócio de família (a família, no caso, é bem próxima do Stephen e da Tabitha, o guia conta a história toda no tour), que te leva a todos os cantos de Bangor relacionados ao King. Spoiler: é quase a cidade inteira! O ponto final é a mansão, que hoje é a sede da Stephen & Tabitha King Foundation. O passeio durou cerca de duas horas e meia, e o restante do dia nós passeamos pela cidade. Era o fim de semana do Halloween, então o centro estava lotado de crianças fantasiadas e pessoas curtindo o que devia ser o último dia de calor e sol do outono. No fim da tarde, uma última visita à casa do King, que estava cercada de corvos (creepy af) e fica ainda mais linda à luz do crepúsculo. Depois, fomos ao Oriental Jade, para fechar a noite com chave de ouro!


Casa do Stephen King em Bangor
É ainda mais linda ao cair da tarde!

Vale a pena?

Aos leitores fiéis que sonham em conhecer a casa do Stephen King em Bangor: vão sem medo, a viagem vale cada centavinho. O tour normal, que foi o que nós fizemos, custou $60 por pessoa. O jantar no Oriental Jade (dois pratos principais, duas entradas, um acompanhamento e dois refrigerantes - sim, passamos mal depois :p, mas rendeu janta para o dia seguinte!) nós arredondamos para $100, com uma gorjeta de mais de 20%, porque o rapaz que nos serviu foi extremamente simpático e atencioso. Para chegar em Bangor, nós alugamos um carro em Boston através do aplicativo da Turo e dirigimos bem tranquilos, passando por Salem e saindo da I-295 depois de Portland para ir pela costa, por Rockland e Camden. Na volta nós seguimos pelas interestaduais mesmo, e foi bem mais prático e rápido. Um tanque cheio deu para ir, voltar e dar umas rodadas lá por Bangor.


Mesa com pratos de comida chinesa
Já tínhamos comido uma das entradas, mas dá pra ver que é comida pra caramba, né?! E estava uma delícia!

Ah, o airbnb onde nós ficamos também foi muito bom. É um dos mais baratos que estavam disponíveis perto da mansão King. É uma casona histórica (como todas naquele miolinho) que a dona está renovando com a grana que ganha hospedando. Ela fechou uma parte do andar superior para o airbnb e ela mesma mora do outro lado. Nós não chegamos a encontrá-la, mas o check-in e a comunicação com ela pelo aplicativo foram super tranquilos.


Ka is a wheel...

A inspiração que eu senti em Bangor foi indescritível. Uma mistura de “consegui!” com “estou fazendo a coisa certa” com “eu sou capaz de tudo!” que está me motivando até agora. Eu tinha 12 anos quando me apaixonei pela escrita de um cara que tem muito a dizer e nem sempre consegue se expressar direito, mas que se esforça para fazer o bem e fazer certo, sempre. Essa paixão me aproximou do horror, da literatura como um todo, do amor e da dedicação pela escrita. Até para Bangor e Nova York ela me levou (as fotos abaixo são do endereço da Torre Negra no nosso mundo). Quem sabe para onde mais ela me guia.



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