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  • Foto do escritorMônica Sanoli

Resoluções para 2023

Como professora particular de inglês eu sou fadada a trabalhar em horários inusitados - quando a maioria das pessoas está descansando. A pandemia, para o meu público alvo, foi um período de quase dois anos em que as pessoas tiveram muito mais tempo livre do que o normal. Até hoje, eu vejo algumas pessoas falando que aproveitaram o descanso dos primeiros meses de quarentena, ou consumo o conteúdo de quem criou obras maravilhosas durante o isolamento e simplesmente não consigo me conectar com essa ideia. Deixando as questões psicológicas de lado, 2020 e 2021 foram os melhores anos do meu negócio, e, enquanto essas pessoas aproveitavam o tempo extra, eu estava ocupada trabalhando.

De maneira alguma eu reclamo da oportunidade do trabalho, porque minha receita anual média (que é pequena) dobrou nesses dois anos, e foi graças a isso que minha família conseguiu passar pela pandemia em relativa segurança. Porém, eu tendo naturalmente ao trabalho, e nada teria me preparado para o desgaste mental e físico que dois anos trabalhando alucinadamente no meio do apocalipse causou. Além disso, a receita de 2022 voltou ao normal (ou seja, caiu pela metade), conforme as pessoas voltavam ao trabalho presencial, percebiam que não tinham mais tempo para fazer aula de inglês e cancelavam seus cursos. Importante também pontuar, ao mesmo tempo que tudo, absolutamente tudo ficou mais caro. O resultado foi um burnout violento, junto de crises de ansiedade causadas pela insegurança financeira e de um sentimento de fracasso enorme, que engatilhou a volta dela - a depressão que não larga do meu pé.


Parte de baixo da tampa de um pimentão, com a imagem de um sorriso na parte branca central

Depois de meses muito ruins e de um dos períodos aniversário-Natal-Ano Novo mais deprimentes da minha vida, eu refleti muito, me auto analisei (porque terapia é cara para mim, sim) e consegui identificar todo esse cenário que acabei de pintar. O que me leva ao próximo ponto: diante de tudo isso, o que eu vou fazer agora? Quais são os próximos passos?

Em primeiro lugar, o mais urgente: eu não tenho mais condições físicas e psicológicas de dar aula do jeito que estava dando. Porém, ainda amo e quero continuar trabalhando com educação. Tive que achar uma solução para esse impasse.

Em segundo lugar, escrever é o que me faz feliz. Já passou da hora de eu dar mais atenção para o que me faz feliz.

E, finalmente, é imprescindível que eu dedique o tempo que for necessário para me recuperar do burnout; isso inclui me forçar a descansar, ouvir mais o meu corpo, passar dias fazendo coisas que não tenham nada a ver com trabalho, por aí vai.

Por isso, minhas resoluções para 2023, um ano que será semi-sabático, são apenas quatro:

  1. Não planejar, ser mais espontânea

  2. Estudar

  3. Escrever

  4. Aproveitar cada segundo, principalmente ao lado da minha família

A repetição do mantra "o trabalho não me define, eu não sou o meu trabalho" também é válida.

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